quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Breves considerações sobre a Soja

Soja (Glycine Max), pertencente à família das leguminosas, é a principal fonte de proteína vegetal utilizada na alimentação animal. As principais formas utilizadas são o grão e o farelo (bagaço de soja).



O bagaço de soja é o subproduto obtido após a extração do óleo do grão da soja. Dependendo do processo de extração pode ter 44 a 48% de proteína bruta.

Análise Química (%)
Proteína Bruta
44 – 48
Gordura Bruta
1,5 – 2
Fibra Bruta
4,5 – 6
Cinzas Totais
6 - 7

A soja apresenta algumas limitações nutricionais, nomeadamente:

- inibidores da tripsina – está descrito que provoca alterações metabólicas no pâncreas com aumento de secreção enzimática, hiperplasia e hipertrofia do órgão e redução da taxa de crescimento do animal.

- urease - enzima que acelera a hidrólise da ureia no rúmen. Deste modo, não é recomendada a utilização do grão de soja cru e ureia em conjunto na dieta de ruminantes, de forma a evitar intoxicação por acumulação de amoníaco.

- lectinas - proteínas com capacidade de provocar aglutinação, cuja interação celular a nível intestinal interfere na digestibilidade e absorção de nutrientes.

- ácido fítico - reduz a disponibilidade de minerais, como por exemplo Zinco, Cobre, Ferro e Crómio.

- saponinas - associadas a alterações na permeabilidade da mucosa intestinal interferindo com a absorção de nutrientes.

A incorporação desta matéria-prima em dietas de animais monogástricos, como suínos e aves, exige que seja processada de modo a inativar enzimas ou inibidores enzimáticos, que podem interferir na eficiência alimentar e bem-estar animal.

Deste modo, foram desenvolvidos vários métodos de processamento, nomeadamente a extrusão. Neste seguimento, tornou-se igualmente importante o controlo de qualidade através de análises regulares para verificar se o processo ocorreu de forma adequada, inactivando estes factores sem afectar a qualidade proteica da soja.

Os bovinos podem ingerir grãos de soja sem a necessidade de tratamento térmico, podendo esta matéria-prima ser incorporada na ração conforme as suas necessidades proteicas. No entanto, é importante considerar que se o grão sofrer processo de trituração, deve ser fornecido num curto espaço de tempo (aproximadamente uma semana), uma vez que a presença de um elevado teor de gordura acelera a sua degradação, provocando rancificação.

MV | Filipa Severo

Vitor Pereira – Rações Unipessoal, Lda.

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