sábado, 10 de setembro de 2016

Maneio alimentar da Galinha Poedeira

A produção de galinhas poedeiras é muito comum entre pequenos produtores cujo principal objectivo é o fornecimento de ovos para consumo caseiro.

A qualidade da produção de ovos está intimamente ligada ao bem-estar da galinha, sendo o seu tipo de alimentação de primordial importância.

Uma vez que se trata de um animal que se encontra já na fase adulta, o aporte de proteína não necessita de ser tão significativo como de um animal que está em crescimento. No entanto, necessita de um elevado aporte de minerais, nomeadamente o carbonato de cálcio, que vai ser importante para a produção e desenvolvimento da casca do ovo.

Devemos ter também em conta o aspecto visual do ovo, sendo recomendável a incorporação na dieta de alimentos ricos em pigmentos naturais, como o milho e acesso a algumas verduras. Estes alimentos vão contribuir tanto para a cor da casca como da própria gema.


A adição de pigmentos também pode ser artificial, recorrendo-se à incorporação de aditivos específicos no alimento.

No entanto, esta prática difere de país para país, consoante a perspetiva de qualidade do consumidor.

Por exemplo, nalguns países, nomeadamente no Reino Unido, promove-se a produção de ovos de casca branca devido aos hábitos gastronómicos e culturais inerentes. Já em Portugal, os consumidores preferem ovos com casca pigmentada e gema amarela-alaranjada.

Este facto leva a que as características organolépticas do ovo possam ser facilmente manipuladas através do maneio alimentar da galinha e da sua raça.


Deste modo, para que as galinhas poedeiras tenham um aporte alimentar completo e equilibrado, aconselhamos a utilização de A120, seja com apresentação em farinha ou granulado.

MV | Filipa Severo

Vitor Pereira – Rações, Unipessoal, Lda.

sábado, 13 de agosto de 2016

Classificação de alimento

Para compor uma ração temos que considerar uma fórmula que seja capaz de fornecer os nutrientes de forma equilibrada às necessidades do animal.

 Os alimentos utilizados podem ser classificados segundo as suas características:
  • Alimentos volumosos: são alimentos de baixo teor energético, com altos teores em fibra. Possuem menos de 60% de NDT (nutrientes digestíveis totais) e ou mais de 18% de fibra bruta (FB, podendo ser divididos em alimentos secos (ex. feno) ou húmidos (ex. silagem).
  • Alimentos concentrados: são alimentos com alto teor energético, mais de 60% de NDT, menos de 18% de FB, sendo divididos em:
    • Alimentos concentrados energéticos: alimentos concentrados com menos de 20% de proteína bruta (PB). 
      • Ex.: milho, sorgo, trigo, arroz, entre outros.
    • Alimentos concentrados proteicos: alimentos concentrados com mais de 20% de PB.
      •    Ex.: bagaço de soja, bagaço de girassol, bagaço de amendoim, entre outros.
  •  Minerais: exemplos dos compostos mais utilizados são o fosfato dicálcico, carbonato de cálcio, entre outros. São principalmente importantes nas aves, principalmente nas galinhas poedeiras, para garantir boa formação de casca do ovo.
  • Vitaminas: senão forem equilibradas é frequente observar carência de vitaminas – avitaminoses, em dietas não suplementadas, causando desde diminuição da taxa de crescimento a quadros patológicos graves.
  • Aditivos: substâncias não nutritivas, adicionadas ao alimento para melhorar as suas propriedades.
    •  Ex.: antioxidantes, pré-bióticos, pigmentantes, entre outros. O uso indiscriminado de antibióticos como promotor de crescimento está, atualmente, proibido por lei.
 A fórmula de uma ração deve ter em conta a proporção de cada constituinte, de forma a resultar no produto final mais equilibrado possível.

Um bom resultado proporciona animais com crescimento saudável que por sua vez serão a fonte de alimento do consumidor.

“Nós comemos, o que damos a comer.”

Deste modo, é fácil de perceber porque se deve escolher uma ração de qualidade e de confiança.

MV | Filipa Severo

Vitor Pereira – Rações, Unipessoal, Lda.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Maneio alimentar do Pinto

Avançar com a decisão de criar animais para consumo implica ter a consciência de que vão consumir o animal ou os produtos que dele derivam, dando seguimento à chamada cadeia alimentar.

As aves são das opções mais comuns para consumo caseiro, seja como frangos de corte ou para postura de ovos, sendo normalmente adquiridas numa fase juvenil.


O pinto, na denominação comum, tem necessidade de cuidados especiais na sua alimentação, requerendo sobretudo uma ração com elevado teor em proteína, na ordem dos 20 – 25 %, um maior aporte de minerais e suplemento de metionina. Igualmente importante é a incorporação de coccidiostático na fórmula da ração.

O coccidiostático é um aditivo que visa a prevenção da Coccidiose – doença causada por um protozoário (Eimeria sp), que tem uma elevada incidência em animais jovens.

O quadro clínico é característico, sendo que os animais afetados apresentam-se debilitados, com perda de peso, perda de apetite e têm diarreia aquosa, amarelada, mucosa e com sangue.

Esta doença é das principais causadoras de taxas elevadas de mortalidade nos bandos, propagando-se facilmente.

A transmissão ocorre por via oral-fecal, sendo necessária uma limpeza/desinfeção cuidada das instalações e tempo de vazio, até à colocação de um novo bando num espaço que previamente estava contaminado.



Uma vez que a ave juvenil necessita de uma fórmula completa com uma composição complexa, é aconselhável o fornecimento de um alimento composto completo – como, por exemplo, a A104 em formato de Migalha.

Igualmente importante de referir, é que este alimento em específico tem um uso recomendado para aves até às 4 semanas de idade.

Atenção que o animal não o deve consumir até pelo menos uma semana antes do seu abate. Deste modo, deve ser cumprido o intervalo de segurança necessário para o consumo da carne de frango resultante como parte da alimentação humana.

MV | Filipa Severo

Vitor Pereira – Rações, Unipessoal, Lda.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Definições básicas na alimentação

A nutrição animal é definida pelo conjunto de processos pelos quais o animal digere e assimila os nutrientes contidos nos alimentos, utilizando-os para suprir as necessidades do seu organismo.

As necessidades nutricionais dos animais dependem de vários fatores, nomeadamente a sua espécie, estado fisiológico, idade, performance, entre outros.

Neste sentido, o ato de alimentar um animal deve ser um ato consciente, de forma a suprir as suas necessidades e conferir-lhe bem-estar.

Segundo o Regulamento (CE) 767/2009, entende-se por:

“«Matéria-prima para alimentação animal», produtos de origem vegetal ou animal cujo principal objetivo é preencher as necessidades alimentares dos animais, no seu estado natural, fresco ou conservado (…) quer diretamente, quer após transformação, ou para a preparação  de alimentos compostos (…)”

“«Alimento composto para animais», a mistura de, pelo menos, duas matérias-primas para alimentação animal, com ou sem aditivos, para administração por via oral na forma de alimento completo ou complementar”

“«Alimento completo para animais», o alimento composto para animais que , devido à sua composição, é suficiente enquanto ração diária

“ «Alimento complementar para animais», o alimento composto para animais (…) que, devido à sua composição, é suficiente enquanto ração diárias apenas se utilizado em combinação com outro alimento para animais”


Referindo um exemplo prático, na alimentação de Frangos de Engorda:

Lote/Mistura de Cereais para Aves – é um alimento composto complementar. Só por si, não cumpre as necessidades do animal na totalidade.

Ração A115 – é um alimento composto completo. Fórmula que visa cumprir as necessidades totais do animal a que se destina.

Os casos de maneio alimentar incorreto são muito frequentes. Este fato deve-se em grande parte à falta de informação no sector, o que resulta em dietas insuficientes e desequilibradas.

Desta forma, é importante identificar os produtos no mercado pertencentes a estas diferentes categorias e aplicá-los de forma sensata, recorrendo previamente ao conselho de um especialista.

MV | Filipa Severo

Vitor Pereira – Rações, Unipessoal, Lda.

quinta-feira, 24 de março de 2016

A história do coelho e dos ovos da Páscoa - Especial Páscoa



"Perto da casa do menino Jesus, um passarinho construiu o seu ninho. Todas as manhãs, Jesus era acordado pelo alegre canto da ave.

Certa manhã, porém, ele foi acordado pelo piar aflito do passarinho. Jesus espiou e viu que a mãe passarinho chorava desconsolada pois a raposa havia roubado os seus ovos.

O menino Jesus ficou triste e saiu pelo campo, pedindo aos animais que passavam que o ajudassem a encontrar os ovos roubados.

Jesus foi pedindo aos animais mas era inútil. Todos estavam ocupados. O cão cuidava da casa. A formiga trabalhava apressadamente. O grilo estava cansado de pular de galho em galho. Nenhum bicho podia ajudar Jesus. 

Foi então que o coelho colocou as orelhas para fora da toca e disse:
- Jesus, eu posso ajudar-te!

E saiu a correr até encontrar o esconderijo da raposa. Mas quando chegou já era tarde demais! Ela já tinha comido os ovos todos.

O coelho com pena do passarinho e querendo agradar a Jesus, resolveu pedir um ovo a cada um dos passarinhos que conhecia e levou a Jesus.

O menino Jesus colocou os ovos no ninho da mãe passarinho que não desconfiou de nada. Como recompensa, o coelhinho foi encarregado por Jesus, de todos os anos, na Páscoa, distribuir ovos pelas crianças."

Adaptado de: http://www.historias-infantis.com/lenda-do-coelho-da-pascoa/

quarta-feira, 9 de março de 2016

Breves considerações sobre a Alfarroba

Ceratonia síliqua, uma árvore de folha perene, cujo fruto é a alfarroba. De acordo com os dados da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), em 2012, os cinco maiores países produtores de Alfarroba foram Espanha, Itália, Portugal, Grécia e Marrocos.


A produção de Alfarroba, ao ter expressão a nível nacional, promove que esta seja tipicamente conhecida pela sua incorporação na gastronomia regional, especialmente na zona do Algarve.

Na alimentação humana, é usada principalmente na doçaria, como substituto do chocolate, sendo uma fonte natural de açúcar. Recentemente, tem vindo a ser procurada como parte de uma alimentação saudável devido às suas características nutricionais.

A sua incorporação na alimentação animal também traz benefícios uma vez que é uma fonte de fibra, contém um baixo teor de gordura e a presença de açúcares naturais aumentam a palatabilidade do alimento.

Análise Química (%)
Proteína Bruta
4 - 5
Gordura Bruta
0 - 1
Fibra Bruta
6 - 8
Cinzas Totais
2 - 4

A alfarroba triturada grosseiramente é incorporada na nossa mistura de cereais para coelhos e cavalos – Lote Coelhos e Lote Cavalos, podendo ser também adquirida como cereal simples



Para além desta utilização, é também um dos componentes da fórmula de alimento composto completo para suínos de engorda – S815.

MV | Filipa Severo
Vitor Pereira – Rações, Unipessoal, Lda.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Breves considerações sobre a Luzerna

Medicago sativa, conhecida pela denominação comum de “luzerna” ou “alfafa”, é uma leguminosa  bastante utilizada na dieta de ruminantes, em regiões de clima temperado e seco. Alfafa, significa em árabe "o melhor alimento".

É uma matéria-prima bastante versátil, podendo ser consumida em pasto ou conservada, na forma de feno, silagem ou desidratada artificialmente. No entanto, devido ao seu excelente valor forrageiro aliado às suas características de crescimento e rápido desenvolvimento, é maioritariamente utilizada como feno.


A Luzerna é a leguminosa forrageira com maior capacidade produtiva, produzindo forragem com um elevado teor proteico e tendo um elevado valor biológico.

Análise Química (%)
Proteína Bruta
12 - 15
Gordura Bruta
3 - 4
Fibra Bruta
25 - 27
Cinzas Totais
13 - 16

Os maiores consumidores de luzerna são os ruminantes, podendo também ser utilizada na dieta de equinos e pequenos roedores.

É importante referir a presença de saponinas, o que pode limitar a sua utilização devido ao risco de provocar timpanismo nos ruminantes – distensão acentuada do rúmen e retículo. Esta situação deve-se à incapacidade de expulsão dos gases produzidos durante o processo de digestão, provocando um quadro grave de dificuldade respiratória e circulatória no animal que pode, em última instância, resultar na sua morte.


Porém, os teores de saponina variam muito consoante a variedade de luzerna. Ao favorecer-se o cultivo de variedades com baixo teor de saponinas, não constitui um factor limitante ao consumo de luzerna em pasto, sendo uma fonte de alimento amplamente utilizada.

MV | Filipa Severo
Vitor Pereira – Rações, Unipessoal, Lda.